“Perdão não se cobra, perdoa-se só mesmo e nada mais! Dignidade não se gaba, dignidade com vaidade é falsidade, dignidade não é esmola que se dá como uma moeda ao coitado, assim é soberba revelando falsa humildade, mas já sabemos como são, são os maiores em tudo.”
artigo de Laguara Luís (activista cívico)
Depois do político “mau”, na pessoa de Kundi Payama, que no dia 4 de Abril, mais uma vez, fez um discurso guerreiro com que pretendia conclamar à guerra de extermínio, [“à caçada”], surge agora, o político “bom” que procura “falar” à consciência dos angolanos perorando sobre as “virtudes” do sistema e das “glórias” do governo. Aí João Lourenço desenvolve duas ideias: uma perigosa e antinacionalista e outra lamurias face a potencias mundiais que antes prometeram mas agora não estão a ajudar e deixam a tarefa da reconstruir o país apenas para os angolanos. A primeira é a de que o partido da situação é magnânimo porque perdoou. A segunda é o abandono de Angola pelo ocidente quando, por exemplo, ainda há pouco tempo receberam milhões de euros da Alemanha, as empresas portuguesas estão em todos os nichos do mercado e mesmo quando, atropelando a norma ACP-UE que consagra os direitos humanos como principio essencial das suas parcerias, até têm tido o silêncio cúmplice da União Europeia por omissão no referente às violações dos direitos humanos impunes cometidas pelo Governo angolano e quando são empresas ocidentais quem repôs a banca a funcionar, etc. Essa lamuria boba, objectivamente anti-ocidental de fachada, é ao mesmo tempo efeito e causa duma atitude que, entre outros visados, se vem abatendo contra a nossa juventude que vive no ocidente e que livremente se tem pronunciado, sem quaisquer inibições, exprimindo a percepção que tem da nossa realidade na internet onde podem dizer o que pensam porque isso no JA, na TPA e na RNA é ainda do domínio do impossível.
Depois do político “mau”, na pessoa de Kundi Payama, que no dia 4 de Abril, mais uma vez, fez um discurso guerreiro com que pretendia conclamar à guerra de extermínio, [“à caçada”], surge agora, o político “bom” que procura “falar” à consciência dos angolanos perorando sobre as “virtudes” do sistema e das “glórias” do governo. Aí João Lourenço desenvolve duas ideias: uma perigosa e antinacionalista e outra lamurias face a potencias mundiais que antes prometeram mas agora não estão a ajudar e deixam a tarefa da reconstruir o país apenas para os angolanos. A primeira é a de que o partido da situação é magnânimo porque perdoou. A segunda é o abandono de Angola pelo ocidente quando, por exemplo, ainda há pouco tempo receberam milhões de euros da Alemanha, as empresas portuguesas estão em todos os nichos do mercado e mesmo quando, atropelando a norma ACP-UE que consagra os direitos humanos como principio essencial das suas parcerias, até têm tido o silêncio cúmplice da União Europeia por omissão no referente às violações dos direitos humanos impunes cometidas pelo Governo angolano e quando são empresas ocidentais quem repôs a banca a funcionar, etc. Essa lamuria boba, objectivamente anti-ocidental de fachada, é ao mesmo tempo efeito e causa duma atitude que, entre outros visados, se vem abatendo contra a nossa juventude que vive no ocidente e que livremente se tem pronunciado, sem quaisquer inibições, exprimindo a percepção que tem da nossa realidade na internet onde podem dizer o que pensam porque isso no JA, na TPA e na RNA é ainda do domínio do impossível.
Falando de perdão como fez João Loureço no Huambo ocorre-me, ao correr da pena, dizer que perdão sincero não se ostenta. Perdão não se cobra, perdoa-se só mesmo e nada mais! Dignidade não se gaba, dignidade com vaidade é falsidade, dignidade não é esmola que se dá como uma moeda ao coitado, assim é soberba revelando falsa humildade, mas já sabemos como são, são os maiores em tudo, não é assim? O perdão entre beligerantes só é quando vem dos dois lados que se combatem, houve perdão concedido pelos dois lados, pois caso contrário, guerrilha é guerrilha, o Norte onde o Apolo estava não é o Leste onde Savimbi morreu, no norte mesmo com poucos recursos uma guerrilha sobrevive sempre e inviabiliza tudo, o próprio partido da situação devia saber isso, quanto mais não seja pelo poder do simbólico que continua (indevidamente) a fruir. As duas partes, ainda que com a nítida vantagem duma delas, fizeram concessões e pararam a guerra, esta é a verdade, agora se se perdoaram naquela ocasião e ou mesmo se já se perdoaram absolutamente, assim tratado como quem diz eu perdoei-te e agora cobro a factura ao povo, alimenta a dúvida. Aprendam com o exemplo de Gandi, Mandela, esses sim perdoaram, no vosso meio não vejo ninguém assim, nem o vosso chefe José Eduardo dos Santos conseguiu alcançar essa dimensão. Poderá lá chegar, se quiser mudar 180º o rumo da sua orientação... esperemos para ver e só depois decidirmos sobre o mérito que conquistarem, prudência aconselha-se pois até agora ninguém se redimiu assumindo a sua culpa. O que fazem sempre é porem a culpa no outro, a culpa de tudo, esquecendo-se das suas culpas que não são poucas nem menos graves que a do outro. Por favor, sejam humildes, peçam perdão à Nação por tudo o que fizeram desde a captura do Estado em 1975, peçam perdão pela matança do 27 de Maio e por todas as outras, pela tortura, detenções. assassinatos políticos, aproveitamentos da coisa pública, uso de vantagens da posse do poder para enriquecimento de particulares, peçam perdão pela incompetência, pela impunidade que vêm garantindo a violadores dos Direitos Humanos, peçam perdão pelos esbulhos de Terra (mais grave do que no tempo colonial), pela demissão de tantas obrigações de gestores públicos, peçam perdão pela ostentação da força e o uso da violência combinado com a propaganda e o culto da personalidade para ao mesmo tempo inculcarem o medo na sociedade aterrorizando-a e sentarem no lugar de “Deus” (isto é, o vosso chefe endeusando-o). Peçam perdão pelos meninos que continuam a morrer antes dos cinco anos de idade, peçam perdão pelas zungueiras baleadas nas ruas da cidade e pelas praças partidas para meterem no sítio delas bancos e outros investimentos próprios. A lista é imensa, poderei um dia detalhadamente descreve-la junto com outros até á exaustão, e tanto o partido da situação, como o “maior partido da oposição”, quanto o outro movimento de libertação esquecido, mais todos os que vos apoiaram nas vossas acções de desmando e violência contra a Nação angolana, terão então que pedir perdão mostrando prontidão para assumirem as responsabilidades respectivas por cada um dos vossos actos. Quem do alto perdoa o outro e tem tantas culpas como ele e não se apresenta à justiça não perdoou nada nem ninguém nem se redimiu também. Isto vai ter que ser tratado algum dia e só depois haverá um perdão sério, convicto e reconciliador e não são vocês quem tem que perdoar, é o Povo que tem que vos perdoar, isto sim, façam por merecer o nosso perdão.
Quanto a andarem volta e meia a acusar os jovens de estar influenciados pelo ocidente, são como alguém que roubou o fungi na cozinha e acusa os outros disso com a boca cheia de déndé e todos a vermos. Apresentam-se como anti-ocidente? Só dá para rir! Então, não é nos bancos ocidentais onde está o dinheiro dos mwatas? Não é no ocidente que empresas estatais estão a adquirir cotas do capital social de empresas? Não é no ocidente que os kamininos de hoje estão a criar os próprios bancos? Onde é que estão os apartamentos e palacetes da elite patrimonialista e clientelar do sistema? Digam lá se é na Rússia, na China ou em Cuba? Mostrem ainda os diplomas dos filhos do Chefe Máximo para ver a que ponto cardeal pertencem. Malucos não são, já deu para ver. O Pierre Falconi a quem foi dada a nacionalidade angolana e investido no cargo de Embaixador junto da UNESCO para lhe safarem da kionga é donde? Franco-brasileiro, não é ocidental? Parece que estamos mal mesmo com detentores do poder e seus defensores que já nem a geografia que se aprende na escola primária conseguem lembrar com honestidade, nem sabem a Rosa do Ventos, Norte-Sul, Leste-Oeste, que se aprendia na 2ª kabunga. Camaradas, camaradas, assim também não, é demais, O Ocidente é o ponto cardeal do pecado dos outros, mas foi lá onde tantos se acolheram e que se ainda estão vivos foi porque encontraram aí ajuda. Fugiram da fome, da guerra e do atraso, esse sopro de morte que nos chegou do Leste já carregado de campos de concentração, esqueceram isto tudo?
É pouco o que apontei aqui? Mas quem, além de tudo isto, já fez manobras militares com as tropas dos Estados Unidos da América no Ambriz? Lembram-se, os EUA são o chefe máximo do Ocidente ou já não é ocidental? Mas quem é que concedeu à Chevron mais décadas de exploração do petróleo de Cabinda sem perguntar sequer à Assembleia Nacional? E continuam sempre com essa história do Ocidente como crime só dos outros, porque são contra, fazendo-se passar pelo mais puro e imaculado anti-ocidentalismo depois de se ter bandeado com armas e bagagens para o Ocidente quando acabou o namoro entre ditaduras com um Leste geopolítico que foi uma desgraça de gulags, polícias políticas tenebrosas, desastre económico e pobreza, onde imperou gente como Ceaucescu, Staline, Brejnev e outros que até a memória de quem viveu sob o seu jugo ainda treme quando se lembra deles. Ainda têm a lata de vir com essa pedrada quando têm os bolsos cheios de dólares, puramente OCIDENTAIS? Parem com isto, é hipocrisia e cinismo a mais, desnecessário. Ou é porque agora têm a China como guarda-costas? A China no tempo da URSS, lembram, era inimiga da URSS e dos que alinhavam no seu campo, como Angola, esqueceram? Memória muito curta, ou seja muito selectiva, convenientíssima! Claro que o Ocidente não é um anjo, sabemos todos, mas usar isso para entupir as percepções do jovens acusando-os só porque vêm claramente as coisas como elas estão no nosso país é que não dá, só estão a demonstrar incapacidade de coabitar politicamente com quem usa sem inibições as sua liberdade e direitos fundamentais, mas o que esperar de falsos democratas?
Sem comentários:
Enviar um comentário