quarta-feira, 16 de abril de 2008

ENTREVISTA

Luís do Nascimento sem papas na língua

ANGOLA VIVE UMA FASE DE DESCRENÇA NA PAZ

Seis anos depois da Assinatura do Memorando de Entendimento do Luena, o que corresponde (segundo a Lei Constitucional) a uma legislatura e meia, é tempo de avaliarmos o que foi feito dos grandes objectivos do programa do Governo, a que este evento histórico deu lugar. Luís do Nascimento, secretário geral da FpD – Frente para a Democracia – vai reflectir, nesta entrevista, como está, na sua opinião a decorrer este processo de consolidação da Paz, da promoção da Reconciliação Nacional, do combate a pobreza, da reconstrução das infra-estruturas económicas e sociais, do relançamento da economia nacional, da modernização das instituições do Estado, da abertura dos partidos à sociedade, da democracia local e do futuro prometido que começa “agora”. O entrevistado de hoje é um advogado, emprestado à política, com cordão umbilical ligado a província de Cabinda, logo uma das suas vozes abalizadas.

Folha 8 – Acredita que depois do Memorando de Entendimento do Luena o Governo inaugurou uma maior abertura democrática do que antes da guerra?

Luís do Nascimento,): Uma vez assinado o “Entendimento do Luena”, o Governo arrogante na sua vitória militar, virou as costas ao seu parceiro do Protocolo de Lusaka, a Comunidade internacional, à sociedade civil e esqueceu o seu compromisso público com o País. Passou a implementar o seu próprio programa de restauração da ditadura. A primeira medida foi a de estender a Administração do Estado a todo o país, restaurando a política de partido-Estado e centralizando o poder na pessoa do Presidente da República, chegando ao ponto de subalternizar e, mesmo, substituir a Administração do Estado pelo partido dominante. As sedes municipais do partido da situação foram todas reparadas ou edificadas, com o dinheiro saído dos cofres do Estado, com prioridade em relação aos edifícios da Administração. Em alguns casos, inclusive, a sede do partido único funcionou e funciona ainda como lugar de actividade de alguns órgãos de administração local de Estado, numa verdadeira fusão promíscua das duas estruturas, facto que leva os cidadãos a não distinguir a separação entre elas e a reconhecer o partido dominante como a única autoridade do país e os demais partidos como meros grupos folclóricos ou inimigos do Governo.

Folha 8 – Está a dizer não ter havido impacto nos programas governamentais relativos a Paz e de Reconciliação Nacional, depois do Memorando?

LN: O “Entendimento de Luena”, não obstante ter posto termo à guerra fratricida entre o Governo do partido "da situação" e a Unita, não eliminou a guerra no todo nacional, pois, ela permanece em Cabinda o que mostra que o Governo não foi tão longe quanto deveria ter ido para que houvesse uma paz em todo o território.

Folha 8: - Está a referir-se à instabilidade ainda reinante em Cabinda?
Luís do Nascimento - A tendência do Governo do partido dominante em fazer do “caso Cabinda” um negócio consigo próprio com o beneplácito da Assembleia Nacional tem dado resultados muito contraproducentes. A lógica do partido-Estado foi rejeitada pelos Acordos de Bicesse (1991) que estipulava (1) o fim do monopólio político do partido único (2) a realização prática das liberdades públicas (3) a verdadeira consagração do pluralismo político (4) a autonomia da sociedade civil (5) a efectivação do princípio da separação de poderes e (6) a realização regular de eleições presidenciais, legislativas e autárquicas, mas tal lógica do partido-Estado emerge a cada decisão concreta. E é por isto que os dividendos da paz parcial alcançada está longe de abranger todos aqueles que foram vítimas de conflitos, sendo claro que um grupo minoritário mantém não apenas o controlo do poder político mas igualmente o económico e o social e o poder de eliminar (se necessário fisicamente) todos os opositores aos seus propósitos.

F8 – Acredita que o objectivo do governo é mesmo eliminar a oposição?
LN - Em boa verdade, este grupo pensa ter o país aos seus pés. Por isso, há quase tudo a fazer em matéria de Reconciliação Nacional. Com efeito, as grandes desigualdades e injustiças sociais reinantes no país contendem de uma maneira flagrante com a realização da Reconciliação Nacional, pois, esta é, antes de mais, um processo que visa tornar os cidadãos mais iguais entre si, de modo a sentirem-se parte de um mesmo território e a assumirem uma consciência de Nação. O facto do 15 de Março de 1961 ─ uma sublevação das de maior envergadura da moderna história colonial de África que excedeu pelas suas proporções e repercussão as demais insurreições que naquela década abalaram Angola ─ não ter sido instituído Dia de Feriado Nacional, é a demonstração mais acabada do que afirmamos.

F8 – Que leitura faz da Reconciliação Nacional?
LN - As tarefas de Reconciliação Nacional são particularmente exigentes em Angola porque não respeitam unicamente ao Mpla/Governo e a Unita ou aos inimigos das guerras civis fratricidas (Mpla, Unita, Fnla e Flecs), diz igualmente respeito à Reconciliação a fazer entre o Mpla e todos os grupos que ele reprimiu e tentou liquidar completamente a revolta do Leste, a Revolta Activa, os Comités Amílcar Cabral e o Movimento 27 de Maio, onde terão morrido aproximadamente 60.000 pessoas. E não podemos deixar de falar dos que no Regime da 1.ª República conheceram também as cadeias e torturas dos novos algozes por terem ousado exercer as liberdades de associação e de expressão (OCA, Núcleo José Staline e MUSA) ou a liberdade de crença religiosa (Católicos, Tocoistas e Testemunhas de Jeová).

F 8 ─ Face ao que acaba de dizer, qual a saída?
LN: Para sarar estas feridas, Angola deverá ter a coragem de constituir uma Comissão de Verdade e Reconciliação Nacional. A Reconciliação Nacional ainda tem a ver com o direito de acesso dos partidos políticos à Imprensa, à Rádio e à Televisão estatizadas, bem como com a utilização dos meios de comunicação social do sector público de forma a contribuir para a pacificação dos espíritos no apoio ao processo de convivência e da consolidação do processo democrático.

F8 – Porquê tanta descrença?
LN – Não é descrença, mas realismo! A situação é dramática. No dia 05 de Abril, data convencionada pelos dirigentes do partido “da situação” como seu dia de inicio de pré-campanha eleitoral, os meios de comunicação do sector público, com destaque para a TPA e a RNA, converteram os noticiários em autênticos programas Angola Combatente, ou seja, converteram-se em autênticas caixas de propaganda do partido dominante. E não podemos deixar de temer pelo pior quando o Presidente da República achou mais cómodo passar o Canal 2, da TPA, para a mãos dos filhos, pondo fim ao monopólio do Estado a favor de uma empresa privada, não permitindo, no entanto, a extensão do sinal da Rádio Ecclésia a todo o território nacional, como se “a empresa dos filhos do Presidente” fosse mais idónea que a Igreja Católica, pois esta não pode partilhar com o Estado a informação falada a nível nacional, no entanto, o Canal 2 pode fazê-lo, e internacionalmente ao nível da televisão.

A fome e a pobreza estão a aumentar tal como a corrupção

Folha 8 – Quanto ao problema da pobreza, não se está hoje mais próximo da sua resolução?
Luís do Nascimento - Longe de estarmos a caminhar para a resolução do problema, do principal problema do país que é a pobreza, está configurada uma situação de crise social que cresce cada vez mais, pois a pobreza da maioria perdura enquanto a riqueza de uns poucos floresce. Os angolanos vivem um grande contraste, cheio de desigualdades sociais. Se, por um lado, podemos orgulhar-nos dos grandes incrementos nos rendimentos do petróleo e dos diamantes, por outro lado, a grande maioria continua a viver em condições miseráveis (68% dos angolanos vive abaixo da linha da pobreza). Angola encontra-se entre os países mais desiguais do mundo, onde uma grande maioria vive em impressionante pobreza, ao passo que a escassa minoria vive em luxuosa opulência. Devíamos estar a viver uma oportunidade soberana, sem dúvidas, para erradicar a miséria e as flagrantes desigualdades sociais. Lamentavelmente formas de acumulação indevidas, bem como o crescimento em exponencial da corrupção e da resdistribuição clientelista têm adiado que os recursos públicos sejam aplicados de maneira equitativa, eficaz e transparente. E mais, o poder ditatorial do partido “da situação”, incapaz de promover políticas para resolver a questão social, procura resolvê-la com medidas de polícia e repressão, chegando, inclusivé, a criminalizar a pobreza e a perseguir os pobres quando os poderosos fazem e desfazem e todos os demais têm que se submeter ao silêncio e ou à cooptação para a sobrevivência.

Folha 8 ─ Não concorda ser ambicioso o Plano de Investimento Público do Governo e começar já a dar nas vistas, transformando Angola efectivamente num “canteiro de obras”?
LN: Apesar das obras, de qualidade duvidosa e preços elevadíssimos, decorrentes de imposições do calendário eleitoral e da realização de eventos desportivos, os investimentos nos sectores sociais são quase irrisórios para a grandeza dos problemas dos angolanos. A educação continua a merecer muito pouca atenção e a qualidade é cada vez pior. A formação profissional só está na agenda eleitoralista governativa, assim como as 3.000 (três mil) bolsas de estudo!!! A importação de mão-de-obra parece ser uma solução mais fácil, mas mais cara para a clique de predadores que governa o país. O sistema de saúde é uma miséria, nomeadamente a reprodutiva e infantil, quer preventiva quer curativa. As endemias continuam por controlar e pouco ou nada se tem feito mais visando um efeito de anúncio de que como político sustentada. O abandono do campo em matéria de políticas sérias de desenvolvimento, salvo algumas excepções honrosas, tem tornado impossível o retorno das populações que foram obrigadas a deslocarem-se para as cidades por causa da guerra. Esta situação de impasse tem levado a uma cada vez maior urbanização que está a isolar as comunidades rurais e a resultar numa cada vez maior pressão sobre os serviços urbanos, e como resultado, a maioria das pessoas pobres vivem sem soluções que possam provocar uma mudança nas suas possibilidades de sobrevivência.

F8 ─ Acha que o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, como o mais alto magistrado da Nação, com obrigações constitucionais, nada estar a fazer contra as assimetrias sociais?
LN: O Presidente da República parece olhar o país como um simples território cheio de riquezas a explorar, dando apenas atenção ao “território útil” ao seu projecto pessoal de controlo do poder e de acumulação de riqueza. Seria bom que Angola tivesse um Presidente da República que tivesse a preocupação de integrar os seus interesses e do seu grupo num projecto de desenvolvimento do país, pois se assim fosse, não teríamos projectos para construir prédios na Baia de Luanda ─ num verdadeiro atentado ecológico – não teríamos mais de 180 milhões de investimento público para o fornecimento de água para a urbanização do Talatona, enquanto os demais moradores de Luanda continuam a penar para se aprovisionarem do líquido precioso. Se assim fosse teria havido dinheiro para as linhas de transporte de energia produzida em Capanda e o problema de electricidade de todas as provinciais desta região estaria já resolvido. Se assim fosse o país teria um Plano Estratégico de Desenvolvimento como linha de força do desenvolvimento nacional e um dinamismo político, económico e social que permitiria todos trabalhar para o país trabalhando para si e vice-versa. Se assim fosse não teríamos ausência efectiva ou um fraco funcionamento do Estado de Direito social e este seria capaz de proteger os direitos básicos de cidadania. Se assim fosse a descentralização política do país, através do poder autárquico, previsto na Lei Constitucional de 1992, não teria sido enviada para as calendas gregas e seria implementada e poderia contribuir para abertura do poder, tornando-o mais eficaz, pelo funcionamento democrático, pelo fortalecimento institucional dos órgãos, pela parceria com outros actores sociais e pelo atendimento às populações, que assim estariam mais próximos do poder de decisão.

Folha 8: Mas Luanda não é um verdadeiro “Canteiro de obras”?
LN: “Canteiro de obras” ou chiqueiro de ovas (risos). Mesmo que consideremos Luanda em transformação, como um “estaleiro de obras”, o país continua fundamentalmente na mesma, com fraca qualidade das infra-estruturas económicas, sociais e culturais. O país continua a registar um baixíssimo nível de desenvolvimento humano. Permanece a inexistência de políticas económicas capazes de estimularem a produtividade e a competitividade fora do sector petrolífero. O atraso das relações laborais no sector diamantífero apela a tempos muito recuados em Angola, não sendo exagero falar de situação de semi-escravatura, gangsterismo, aventureirismo e degradação moral e social. Persistem, pois, os desequilíbrios macro-económicos com a permanência do sector petrolífero de “enclave” divorciado do resto da economia. Ainda que as empresas petrolíferas, nomeadamente a Sonangol, invistam, pontualmente, no fraco tecido produtivo industrial ou, na área de serviços, fazem-no como meio de expiação ou como estratégia de acumulação da nomenclatura dirigente. O sector bancário, como todos os sectores estratégicos da economia, está completamente dominado pelo Príncipe que é apresentado como uma liderança forte. Mas esta liderança forte serve apenas para garantir a hegemonia do poder e “a oportunidade de negócios” para o clube da Cidade Alta. E, por isto, o regime insiste na ditadura passando de partido único ao partido dominante.

Folha 8: Mas, não é isto que dizem os governantes e os dirigentes do Mpla. Não será que diz isso por ser da oposição e não ver os aspectos positivos do Governo?
LN: Os comissários de serviço, em abono do Governo, dirão que algumas coisas foram conseguidas ao longo desses seis anos, designadamente, o controlo da inflação e a estabilização da moeda. Estas duas medidas sendo necessárias, não são fins em si mesmo mas tão-somente meios de criar confiança no mercado nacional, tornar o risco país menos elevado e atrair investimentos. As medidas políticas, económicas e sociais que têm a ver com a transparência das contas públicas, com a boa governação, incluindo a necessidade de disciplinar a política de endividamento público, de descentralização administrativa e financeira, de alargamento das liberdades e aproximação dos governantes dos seus eleitores foi completamente preterida a favor do reforço do autoritarismo presidencial. Apesar de tudo, contra todas as dificuldades nós vamos continuar a fazer Frente. Mas nós vamos continuar.

(FOLHA 8, EDIÇÃO N.º 919, SÁBADO, 12 DE ABRIL DE 2008, PÁGINAS 12, 13 E 14)


4 comentários:

  1. Olá! I Wangbu. Estou das Filipinas. Você tem um belo blog. Estou tão feliz de visita.

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  2. bela entrevista de Luis de Nascimento. Clareza, firmeza e conhecimento. Continua assim e podem contar com o meu voto na FpD, um partido de confiança.
    Pedro João Hanga

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  3. Realmente está uma entrevista muito interessante, pois demonstra conhecimento da situação real numa abordagem bem articulada.

    A entrevista chama à atenção para o facto de que as assimetrias vão crescendo, a quase inexistente cidadania vai sendo reduzida, a exclusão e a pobreza vão sendo ampliadas e tudo isto não em nome de um inimigo que é necessário combater mas de um poder que é necessário preservar para ao usar ampliar o controlo económico das riquezas do País.

    Um outro ponto interessante é a ligação feita entre a ausência de politicas para o meio rural e a desertificação do campo com o crescimento dos excluidos e pobres urbanizados. Este é um tema com imensas ramificações que vão desde a saturação das infraestruturas urbanas básicas, até à insalubridade e insegurança e confltualidade crescente dos meios urbanos e á insegurança alimentar do todo nacional. Nesta curta entrevista não lhe teria sido possível desenvolver mais qualquer das ramificações e foi óptimo ele ter introduzido a questão.

    Tenho no entanto algumas dúvidas sobre a eficácia de uma "Comissão de Verdade e Reconciliação Nacional" (CVRN) como instrumento para a Reconciliação Nacional (RN). A RN passa certamente muito mais pela criação da democracia - onde existe o direito ao conflito democráticamente regulado - e pela eliminação das causas da exclusão e inexistência de cidadania. A CVRN terá mais como fim a constituição de uma memória colectiva que ajude a não repetir os mesmos erros. Aqui julgo que o Luis não terá ainda modelado completamente a sua abordagem do problema, o que o leva também a não considerar a possibilidade de acabar com todos os feridados relativos a cada dia de uma determinada revolta e a substitui-los por uma só data não ligável a nenhu em particular mas a todas as revoltas comemorando assim a liberdade.

    O facto de ter sido posível ler esta entrevista no F8 ajuda a compreender a diferença entre um orgão de informação e um outro de propaganda por aqui também chamado de "orgão estatais de comunicação"...

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  4. A DITA PAZ EM ANGOLA VERDADE SE DIGA,NUNCA PASSOU DE UMA GRANDE FARCA,COMO TANTAS OUTRAS E TOMEMOS SÓ O EXEMPLO CONCRETO DESTE DECORRENTE PROCESSO DE DESARMAMENTO.O QUE ADIANTA.? QUANDO DE UM LADA UNS ENTREGAM AS ARMAS EMBARRADAS AO LONGO DE VÁRIOS ANOS,TENDO SIDO ALGUMAS DESSAS,ARMADAS DESTRUÍDAS PELO PRÓPRIO MPLA,ENQUANTO NOUTROS CANTOS E PONTOS DO PAÍS,CONTINUAM ESQUEMATICAMENTE NA CALADA,REATIVANDO E FAZENDO UMA DESTRIBUÍCÂO DE KACHÉCHÉ,ÁS DITAS DEFESAS (POPULARES )E NÂO SÓ´. VERDADE SE DIGA O CALAR DAS ARMAS,EM VÁRIOS PONTOS DO PAÍS VEIO DAR UM GRANDE JEITO ATÉ ,PORQUE NOS VAI PERMITINDO CIRCULAR E VIAJAR MESMO SEM QUE CORRAMOS GRANDES RISCOS COMO NO PASSADO RECENTE,MAS ISTO SÓ NÂO BASTA MUITA COISA AINDA ´HA A FAZER,VEJAMOS AS SITUACÔES DOS NOSSOS COMPATRIOTAS EM CABINDA,E NALGUMAS BUÁLAS DE ANGOLA,ONDE O CHICOTE,PRATICAMENTE NUNCA PAROU.PARECE NÂO EXISTIR BOA VONTADE POR PARTE DE ALGUNS,SENHORES TIDOS COMO TODO PODEROSOS,PORQUE CONTINUAM TENDO O PÂO E O QUEIJO NA MÂO.POR VEZES CHEGO MESMO A PENSAR QUE FAZ PARTE DE UMA DAS VÁRIAS ESTRATÉGIAS,MAQUÍAVÉLICAS DESTE SISTEMA QUE TEMOS SIDO OBRIGADOS A ATURAR.QUAL PAZ ?QUAL QUÉ ? SÂO TRUQUES,E COMECA JÁ A SER DURISSÍMO,TRISTE E PESADO,PARA TODOS NÓS.COMO É QUE PODEMOS DAR CREDIBILIDADE Á UMA PAZ QUANDO ESTA É ENVENENADA ?QUANDO É QUE NOS PODEREMOS SENTIR EM PAZ QUANDO MUITOS CONTINUAM,PERDENDO CENTES DE HORAS E MINUTOS ARQUITECTANDO,PLANOS PARA PUR E SIMPLESMENTE,LIQUIDAREM TODAS AS VOZES E GRITOS DE PAZ,PAZ,E PAZ.PAZ SIGNIFICA,LIBERDADE,RESPEITO PELO PRÓXIMO E SUAS IDEIAS, JUSTICA E IGUALIDADE,AQUILO QUE INFELIZMENTE CONTINUA FALTANDO NOS DIAS DE HOJE PARA QUE OS ANGOLANOS SE SENTAM VERDADEIRAMENTE EM PAZ VERDADEIRA.

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